Este segundo ano será para nós o ANO DA ESPERANÇA.
Juntamente com as virtudes da FÉ e da
CARIDADE são as chamadas “virtudes teologais” – forças da graça divina
que é dada por Deus aos que, crendo em Cristo são renascidos pelo banho
batismal. Virtudes, pois são forças constitutivas da ação de Deus nas
pessoas, teologais por sua origem e modo de ser divinos: são a atuação
da própria vida divina concedida às pessoas humanas.
Assim encontramos no Catecismo da Igreja
Católica (CIC) resumo condensado das doutrinas da Fé Católica: “1812As
virtudes humanas se fundam nas virtudes teologais que adaptam as
faculdades do homem para que possa participar da natureza divina. Pois
as virtudes teologais se referem diretamente a Deus. Dispõem os cristãos
a viver em relação com a Santíssima Trindade e têm a Deus Uno e Trino
por origem, motivo e objeto. 1813 As virtudes teologais fundamentam,
animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam
todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para
torná-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São
o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser
humano. Há três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.”
Para aprofundarmos nosso conhecimento e
vivência da vida em Cristo, a vida cristã, o Santo Padre Emérito, Bento
XVI, deu à Igreja três grandes Cartas, uma sobre cada uma das virtudes
teologais: “Deus Caritas est – Deus é Caridade” – sobre a virtude da
Caridade; “Spe Salvi – Salvos pela Esperança” – sobre a virtude da
Esperança.
A terceira grande Carta ele a fez
juntamente com o Santo Padre Francisco, dando à Igreja um documento
fruto de seus estudos e da comunhão dos pastores: “Lumen Fidei – A luz
da Fé” – sobre a virtude da Fé.
Com estes ensinamentos fundamentais o
Pastor maior da Igreja Católica, em seu ministério de confirmar os
irmãos na fé cristã, apascentando o rebanho de Cristo em todo o mundo,
quer propor a todos uma renovação fundamental da vida no encontro com
Cristo e seu seguimento, bem como na missão que do Senhor todos os
discípulos recebem.
“Pela fé, “o homem livremente se entrega
todo a Deus. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de
Deus. “O justo viverá da fé” (Rm 1,17). A fé viva “age pela caridade”
(Gl 5,6), (CIC 1814).
“A virtude da esperança responde à
aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem;
assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as,
para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento
em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da
bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e
conduz à felicidade da caridade.(CIC 1818).
“O exercício de todas as virtudes é
animado e inspirado pela caridade, que é o “vinculo da perfeição” (Cl
3,14); é a forma das virtudes, articulando-as e ordenando-as entre si; é
fonte e termo de sua prática cristã. A caridade assegura e purifica
nossa capacidade humana de amar, elevando-a à perfeição sobrenatural do
amor divino.”(CIC 1827).
Vamos assim nos encaminhar para o
segundo ano de preparação jubilar centenária da Arquidiocese de
Fortaleza, nos passos orientados pelo Bom Pastor através de seus
apóstolos na missão do Evangelho para todo o mundo. Vivamos o ANO DA
ESPERANÇA.
Nossa própria celebração jubilar se propõe: ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA – 100 ANOS: Nova Evangelização para novos tempos.
Assim o Papa Francisco enviou os jovens
ao mundo inteiro, com as palavras de Jesus: “Ide e fazei discípulos
entre todas as nações” (Mt 28,19). A todos nos tem enviado para as
“periferias existenciais” para levar Jesus a quem dele tanto necessita.
Vamos, então, discípulos missionários do Senhor!
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza