quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em 2003; título de cidadão cearense ao Padre Caetano

PROJETO DE LEI N° 78/03

“Concede o título de Cidadão Cearense ao Padre CAETANO MINETTE DE ILESSI.”

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, DECRETA:

Art 1° - A Assembléia Legislativa do estado do Ceará, ouvindo o Plenário, concede título Honorário de CIDADÃO CEARENSE ao Padre CAETANO MINETTE DE TILESSI na forma que indica.

Na forma que indica.

Art° - A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

SALA DAS SESSÕES, 09 DE MAIO DE 2003

Deputado FRANCISCO CAMINHA

Líder do PHS

J U S T I F I C A T I V A

Natural de Neder-Ockerzeel, uma cidade perto de Bruxelas, na Bélgica, Gaetan Minette de Tilesse, nascido em 07.06.1925, é SACERDOTE DIOCESANO da cidade de Fortaleza. Conhecido e amado por muitos cearenses, Pe. CAETANO MINETTE DE TILESSE, é exegeta e escritor.

Depois de ter lutado na Segunda Guerra Mundial, entrou no Mosteiro Cisterciense Trapista de Orval (Bélgica), em 11.02.1946, ali permanecendo até março de 1968 (totalizando, assim, 22 anos de silêncio e contemplação). Estudou Filosofia e Teologia no mesmo Mosteiro, mas, em 1952, foi enviado à Roma, para tirar a licenciatura em Teologia Gregoriana e, em seguida ingressou no Instituto Bíblico, onde tirou a licenciatura em Bíblia durante 11 anos.

Depois do Concílio, aprofundou-se, no Mosteiro de Orval, um estudo sério, comunitário, sobre a possibilidade de fazer uma fundação diferente, renovada, mais inserida no meio do povo. Depois de muitas reflexões, orações (um retiro de 30 dias em Paris, com Pe. Laplace, SJ) e consultas aos maiores teólogos e espirituais conhecidos, dois dos Monges de Orval (entre os quais encontrava-se o Pe. Caetano) pediram a autorização para fazer uma experiência renovada no Brasil, onde chegaram em 28.03.1968. Fizeram uma experiência de 08 meses em Salvador, acolhidos carinhosamente no Mosteiro de São Bento e trabalhando na favela de Pau Miúdo; durante este período, Pe. Caetano também ensinava a Bíblia na Universidade Católica de Salvador. Em novembro de 1968, optaram definitivamente por morar e trabalhar na cidade de Fortaleza-CE, onde decidiram pelo sofrido bairro do “Pirambú” (atualmente conhecido como “Cristo Redentor”).

PRODUÇÃO LITERÁRIA

Pe. Caetano é autor de várias publicações, tais como:

NA BÉLGICA: 1962 Uma revista especializada, sobre as mudanças do singular para o plural (“Tu- Vós”) no Livro do Deuteronômio. No mesmo ano lançou a Revista Clairs Regards - artigo sobre o perdão dos pecados no Novo Testamento. - 1964 Revista Ecumênica- artigo sobre o mistério do povo Judaico, ainda e sempre Povo de Deus. - 1965 Revista Ecumênica- artigo sobre a Igreja e o Mundo - 28/03/1968 Livro- O segredo Messiânico em Marcos.

NO BRASIL: 1968 Livro – A Teologia da Libertação á Luz da Renovação Carismática Livro- Eclesiologia (vol.1)- O reino de Deus Livro- Doutrina Social da Igreja (Documentos) Livro - Um Novo Seminário de Oração- Os 12 graus da Oração de

Jesus (Padres do Deserto) RBB- REVISTA BÍBLICA BRASILEIRA- Desde 1984- Revista especializada, para um estudo aprofundado da Bíblia. Alternada cada ano novo e Antigo Testamento No início publicação de 4 números anuais, atualmente são publicados dois livros anuais (um deles trazendo recensões)

TRABALHO SOCIAL

O trabalho de Pe. Caetano não se resume apenas ao âmbito religioso ao Cristo Redentor (Pirambu), iniciou uma movimentada atuação junto aos moradores do lugar dando continuidade ao trabalho pioneiro iniciado por Pe. Hélio Campos, foram continuados os trabalhos com os Conselhos Comunitários, Conselhos das Zonas, Conselho Geral, Comissão de conciliação e Comissão Eleitoral. Dando-se continuidade ao trabalho foi elaborado o Estatuto do Conselho Geral Comunitário. O primeiro trabalho feito por Pe. Caetano junto com o Conselho Comunitário foi a ABERTURA DA AVENIDA DR. THEBERGE ATÉ O MAR. Antigamente havia muitos alagamentos que causavam transtorno aos moradores.

A SEU PEDIDO A PREFEITURA FEZ: o primeiro esgoto, desde a Rua Camélia até o mar - O calçamento da avenida Theberge até o mar. - O calçamento da rua Sta. Eliza. - Na Zona de Casas Novas, o calçamento da rua Sta. Eliza (800m) religava Casas Novas, que ficava numa duna intransitável e representou uma integração e uma urbanização decisiva, atingindo mais de 1000 casebres do povo. Logo que chegou o calçamento, o aspecto dos casebres mudou totalmente: começaram a fazer uma frente de tijolos, a alinhar as casas e melhorar o aspecto exterior e interior; fazer fossas sanitárias, adquirir filtros, etc. - Foi conseguida da prefeitura a construção de um chafariz na frente do centro Comunitário, para dar água potável ao povo. - Nas esquinas da rua Sta. Eliza com Vicente de Sabóia, foi feito um esgoto que acabou com a torrente de água que descia todos os invernos e derrubava as casas perto da praia - Em Casas Novas foi ampliado o colégio São Cura d’Ars, que comportava apenas 4 salas pequenas, foi ampliado e construídas 8 salas grandes e uma quadra de esportes, passando de 400 alunos para uma escola integrada de (1 a 8 serie) com mais de 1000 alunos numa das faixas mais pobres de nosso bairro. Para tanto foi conseguida verba da secretaria de educação, mas a construção foi realizada pela própria comunidade. - Na Zona de Arpoadores Pe. Caetano doou um terreno e secretaria de Educação construiu um grande colégio, inteiramente novo.

SÃO JOSÉ ARPOADORES, que hoje atende mais de 1000 alunos necessitados. - O Colégio Marvim: Também foi fruto de suas lutas e conquistas. Foi uma batalha de mais de 2 anos para conseguir as autorizações da União Federal e acordo dos donos do terreno. Hoje o colégio atende uns 3000 alunos do 1 e 2 graus. - Doou ainda outro terreno na Zona do Japão e conseguiu ainda, com a colaboração do Lions Jangada , a construção de mais um colégio de 1º. Grau Lions Jangada nesta Zona. - Em 1968 foi

inaugurada uma instituição para amparar as crianças abandonadas da comunidade. Mais de 100 crianças carentes e abandonadas foram acolhidas na instituição COMUNIDADE CRISTO REDENTOR. - A pedido de Pe. Caetano foi construída pelo Governo, uma CASA CRECHE , CASA DA CRIANÇA SEVLLA MÉDICIS. Que ampara mais de 100 crianças, desde o berçário até o pré-escolar. - O GINÁSIO CRISTO REDENTOR, com a ajuda do Rotary Clube, também foi uma conquista no campo da educação, funcionando como uma escola integrada da 1º a 8º serie, atendendo mais de 800 alunos.

A AVENIDA LESTE-OESTE (Pres. Castelo Branco) também é projeto seu. Havia um projeto para esta avenida que atingia até a avenida Pasteur e lá morria. Havia também, só na planta, sem orçamento nem prazo de realização, uma possível continuação desta avenida que iria atravessar o imenso quarteirão incluindo entre as avenidas Pasteur e Theberg, ao Leste e ao Oeste, e entre as ruas N. Sra. Das Graças e Sta. Teresinha (atual Leste-Oeste) ao Norte e ao Sul. Este projeto iria destruir uma grande parte dos casebres naquela área. Pe. Caetano, pessoalmente estudou o problema, conseguiu uma planta aerofotogramética da área, e elaborou um projeto que comunicou pessoalmente ao então prefeito Vicente Fiálho e ao Engenheiro da SUMOV, Dr. Renato, encarregado da realização da avenida. Mostrou o projeto traçado no mosaico aerofotogramético, levando o prefeito e o Engenheiro até o local, do lado da Zona do Japão e arrodeando pela Av. Francisco Sá, do lado da Colônia, atravessando as hortas, até chegar a Barra do Ceará (onde já havia 1.800m de calçamento existente). Mostrou como seria mais econômico e funcional o seu projeto e que iria prejudicar bem menos o povo, e até ajudando com a abertura de um acesso direto, fácil e rápido para o centro da cidade, para os hospitais e locais de trabalho. Eles, convencidos e empolgados com a idéia resolveram fazer e assumir o trabalho , avisando o povo que isso seria feito em atenção ao povo mais necessitado.

NA ÁREA DE COLÔNIA E ARPOADORES, havia também outro alagamento grave todos os anos. A Lagoa do mel não possuía sangradouro do lado do mar e alagava anualmente toda a área, Havia casas que ficavam durante 6ou 8 meses com 1m de água. Foram feitos numerosos projetos e Pe. Caetano conseguiu com o Gov. Tasso Jereissati, uma (GALERIA DESDE A LAGOA DO MEL ATÉ O OCEANO. Na continuidade deste trabalho , ao que parece, o Gov. Ciro Gomes decidiu realizar o projeto Sanear, começando pela nossa comunidade.

NA ZONA DE COLÔNIA, DOIS GRANDES TERRENOS: pertenciam á área desapropriada pela União Federal em 1962, no tempo de Pe. Hélio. Esses terrenos, mesmo tendo sido desapropriados, haviam sido vendidos para duas grandes firmas. Pe. Caetano pediu o atestado do domínio da União, provando que os terrenos pertenciam á área desapropriada, e, levando esse atestado, procurou os donos das firmas que comprado os terrenos. Um deles, imediatamente , cedeu o terreno para a comunidade; o outro entrou em questão. Tratando com prefeito Evandro Aires de Moura, Pe. Caetano conseguiu dele o CONJUNTO HABITACIONAL “NOSSO CHÃO”. Cuja planta baixa

foi realizada pelo próprio padre, para providenciar o maior numero possível de casas populares decentes e assim foi feito: MAIS DE 100 FAMILIAS foram amparadas e TEM SUAS CASAS PRÓPRIAS. O DECRETO DA DESAPROPRIAÇÃO DE 25.0501962 (Nº 1058) desapropriava, (além de outro que vinha da Marinha até á Av. Dr. Theberge) um terreno, ainda desocupado na época, de 525.000m², da avenida Dr. Theberge até a rua Francisco Calaça, para realização de um plano de urbanização, para desafogar o povo do Pirambu (e não continuar a invadir e construir novas barracas, o que teria piorado o problema social desta imensa favela). Este segundo terreno foi entregue á responsabilidade do Estado para a realização deste lado do Pirambu, Para este fim foi criada a COHAB CE . que começou um projeto de casas populares construídas em regime de mutirão (“ajuda mútua”) e chegou a construir 128 CASAS E O COLÉGIO HÉLIO CAMPOS. Mas esta primeira parcela demorou 4 anos (1964 a 1968) e, depois da realização a COHAB se encontrou incapaz de entregar legalmente as casas ao povo, porque o terreno do antigo Pirambu estava ainda litigioso entre os antigos donos e a União Federal. Enquanto não chegassem a um acordo, a União Federal não podia dar o titulo legal de propriedade aos moradores. A COHAB teve, portanto, de desistir de seu projeto e entregou ao centro comunitário cristo Redentor, sobre a presidência de Pe. Caetano, ele teve á incumbência de continuar, mesmo precariamente, este projeto. O Centro Comunitário Cristo Redentor LOTEOU 1.200 CASAS naquela área, efetivando com a ajuda da SUMOV, inspirando-se nos levantamentos e nas plantas já realizadas pela COHAB, alinhamento de rua, e assim possibilitar construir calçamentos e iluminação das casas e iluminação pública, etc. Tudo isso foi cadastrado e entregue ás pessoas mais necessitadas e acompanhado, caso por caso e casa por casa por uma equipe da comunidade, técnicos da SUMOV e o próprio Pe. Caetano. Quando se autorizava a construção, as medidas eram especificadas, com a obrigação de levantar pelo menos a frente de tijolos e construir um sanitário.

Pretende o presente

Fortaleza, Ce., 06 de maio de 2003.

DEPUTADO FRANCISCO CAMINHA

LÍDER DO PHS


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