sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Natal é oportunidade para dar salto de fé, diz pregador do Papa


O pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, faz uma meditação na Basílica de São Pedro na Sexta-Feira Santa deste ano
O Papa Bento XVI participou da terceira e última Pregação do Tempo do Advento na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, durante a manhã desta sexta-feira, 17. O pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap., abordou o mistério do Natal, que "pode ser ocasião privilegiada para dar um salto de fé. Essa é a suprema 'teofania' de Deus, a mais alta 'manifestação do Sagrado'", disse.

O pregador capuchinho afirmou que o secularismo está tirando do Natal o caráter de 'mistério tremendo' - que conduz ao santo temor e à adoração - e conduzindo apenas ao aspecto de 'mistério fascinante', que ressalta somente celebrações familiares, de renas e Papai Noel.

Um auxílio para viver o verdadeiro sentido desta festa é encontrar espaços de silêncio: "A Mãe de Deus é o modelo insuperável deste silêncio natalício. [...] O silêncio de Maria no Natal é mais que um simples silenciar; é maravilha, é adoração; é um 'religioso silêncio', um estar estupefato pela realidade".

O pregador da Casa Pontifícia salientou que vive verdadeiramente o Natal quem é capaz de fazer hoje, "à distância de séculos, aquilo que teria feito se estivesse presente naquele dia. Quem faz aquilo que ensinou a fazer Maria: ajoelhar-se, adorar e silenciar!".


Racionalismo

Frei Cantalamessa centrou suas reflexões na resposta cristã ao racionalismo, fazendo uso de amplos trechos de discursos e outras intervenções do recém-beatificado Cardeal John Newman.

De acordo com o Cardeal inglês, o racionalismo pode ser entendido como a utilização de máximas e conceitos mundanos, sem levar em consideração ou respeitar a lógica própria do campo religioso, propondo a razão como juiz último em assuntos de todas as áreas.

É de se esperar que a contestação recíproca entre fé e razão continue no futuro, na opinião de Cantalamessa. "É inevitável que toda a época refaça o caminho por conta própria, mas nem os racionalistas converterão com os seus argumentos aos crentes, nem os crentes aos racionalistas. É necessário encontrar uma via para romper esse círculo e libertar a fé dessa estreiteza", propõe.

Em todas as suas intervenções, o Beato Newman colocou em destaque um mesmo alerta: não se pode combater o racionalismo com um outro racionalismo, mesmo que de sentido contrário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário