Ela foi a pessoa que melhor realizou a vontade de Deus
O gênero humano possui
duas naturezas: a corporal e a espiritual. (CIC, 2337). Uma bonita
característica desta realidade é que tudo aquilo que somos neste
mundo têm como finalidade última revelar a nossa identidade eterna,
como disse o Papa João Paulo II em uma de suas catequeses: “O
corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é
invisível. Foi criado para transferir para a realidade visível do
mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus, e assim ser
sinal d’Ele (Teologia do Corpo, nº 19, de 20/02/1980).
Até a essência humana
do "Homem-Deus" teve esse propósito: “a pessoa humana do
Cristo pertence 'in proprio' à pessoa divina do Filho de Deus, Sua
vontade e inteligência têm como primazia a revelação do ser
espiritual da Trindade (CIC, 470).
Podemos identificar uma
mostra disso ao checar a vida dos santos, aqueles que já alcançaram
a glória junto ao Altissímo, mas que, desde sua vida terrena,
enquanto peregrinos neste mundo, demonstravam habilidades, carismas e
dons que faziam parte da identidade eterna a respeito deles.
Perceba que aqueles que
foram elevados aos altares, os mais conhecidos, são tidos como
padroeiros e intercessores de causas específicas conforme suas
experiências vividas em sua passagem aqui na terra. Dom Bosco, hoje
no céu, continua intercedendo pelos jovens; São Lucas, médico
(cf.Cl 4,14), é padroeiro destes profissionais da medicina; Santa
Cecília, musicista, é auxiliar espiritual dos músicos, e assim por
diante.
Neste contexto,
destacamos Maria Santíssima. Ela foi a pessoa humana que realizou,
da maneira mais perfeita, a obediência da fé (CIC, 148), por isso
está acima de todos os santos. Ela teve, em sua humanidade, a dádiva
de ser mãe como maior incumbência e a mantém na eternidade. Tudo
nela diz respeito à maternidade.
Aquilo que conhecemos a
seu respeito, proclamado pela Igreja em seus títulos, já tinham um
traço, uma característica que ela desenvolveu em sua vida neste
mundo. A personalidade, a alegria, o silêncio, o serviço, a
feminilidade, a prontidão, o ser educadora, a intimidade, o modo
particular de ser mãe, correspondem ao cuidado que Cristo desfrutou
e que, ainda nos tempos de hoje, nós também podemos obter de Maria.
Nisso tudo, ela antecipava o ser “Auxiliadora”, “Rainha de
Paz”, distribuidora de “Graças”, “Medianeira”, mulher “das
Dores" etc.
Nela, o “dom da
maternidade” atinge seu significado mais profundo e perfeito desde
sempre e para sempre.
Maria, a mãe de Jesus,
é e sempre será a mãe de toda a Igreja. Sem nenhuma exceção,
aqueles que são gerados no Cristo herdam a filiação do Pai das
Misericórdias e também dessa Mãe Dulcíssima, que nos acolhe e nos
ama, pois, somos membros do Corpo Místico de Jesus, no qual Sua
dimensão física foi gerada por Maria.
Ela é o modelo de mãe
que concebe o corpo e também cuida para que o filho alcance a
plenitude da vida espiritual e da vontade de Deus a seu respeito.
Ao vislumbrar o rosto
humano da Virgem de Nazaré, seremos impulsionados a aumentar nosso
amor, nossa devoção e entrega a Nossa Senhora, como também será
uma provocação, partindo dos exemplos de Maria, a encontrar a
iniciativa do Senhor no sentido de nossa própria existência,
conhecer o que Deus pensou a nosso respeito para esta vida e para a
eternidade.
Maria, mãe da ternura,
rogai por nós!
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