quarta-feira, 7 de julho de 2010

A verdadeira simplicidade "Aquela que examina a si mesma e não condena ninguém..."


A santa simplicidade, folha da graça, irmã da sabedoria, mãe da justiça, era o ideal a que desejava chegar São Francisco, era a virtude que ele gostava de ver nos outros.
Mas não aprovava qualquer simplicidade: apenas aquela que, contente com o seu Deus, despreza todas as outras coisas. É aquela que se gloria no temor de Deus, que não sabe fazer nem dizer mal. Aquela que examina a si mesma e não condena ninguém, que entrega o devido comando ao melhor e não deseja mandar em ninguém. Aquela que não acha que as melhores glórias são as da cultura e por isso prefere fazer e não aprender ou ensinar. Aquela que, em todas as leis divinas, deixa para os que vão perecer toda verbosidade, ostentação e preciosidade, enfeites e curiosidades, e vai atrás da medula e não da casca, do conteúdo e não do invólucro, não das muitas coisas mas daquele bem que é o grande, o maior, o estável.
O pai santíssimo exigia essa simplicidade nos frades letrados e nos leigos, achando que não era adversária mas irmã da sabedoria, embora, para os pobres, seja mais fácil de adquirir e mais proveitosa que a ciência. Por isso, disse nos Louvores das Virtudes: “Salve, rainha sabedoria! Deus te salve, com tua irmã a pura e santa simplicidade!”.

fonte: Tomás de Celano, sobre a vida de São Francisco de Assis.

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